É horrível sentir dor e quando ela dura mais de três meses é pior ainda. Este é o principal sinal de dor crônica, condição que atinge 30% da população global, como afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS). Há casos nos quais incomoda tanto, que descaracteriza o que o paciente sente e, por isso, deve ser prevenida, gerenciada e cuidada por um especialista.
“Pode ser uma dor de dente, uma dor do câncer, ou uma dor de cabeça. Existem evidências de que a dor na coluna é a que prevalece nas pesquisas e na procura por ajuda nos hospitais e clínicas – este tipo atinge 85% das pessoas de todo o mundo, de acordo com a OMS”, informa a cinesiologista Mariana Schamas, membro da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED).
Estimativas da SBED indicam que 60 milhões de brasileiros sofrem com a dor; metade destes apresenta algum comprometimento em suas atividades diárias. “Em algumas capitais brasileiras, o percentual de pacientes com dor crônica é mais alto que o índice mundial. Em São Luís, a capital maranhense, por exemplo, ele chega a 47%, e em Salvador, na Bahia, a 41%”, aponta a especialista.
E não é só gente grande que pode ter esse problema, sendo muito comum no adolescente, na criança e até no recém-nascido. A cinesiologista explica que prematuros sentem as intervenções médicas que garantem sua sobrevivência. Já as crianças que nascem com deficiências, problemas imunológicos e cardíacos, ou adquirem doenças graves sofrem muito com tipos de dor e um especialista pode ajudar muito neste alívio.
Multiprofissional
Não existe uma doença específica na qual pode aparecer, haja vista sua manifestação ser graças a desequilíbrio físico, químico, biológico ou psicológico. Assim, a prevenção é baseada em manter alimentação saudável, boa hidratação e qualidade de sono, praticar atividade física e saber gerenciar os estresses da vida moderna.
Da mesma forma, os tratamentos também podem ser variados: desde os mais simples, como tomar analgésicos de horário por tempo determinado, mesmo que a dor tenha diminuído, até tratamentos cirúrgicos do sistema nervoso central. “As terapêuticas multidisciplinares envolvem médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, educadores físicos, nutricionista, dentista, entre outros”, lista Schamas.
Mas a médica alerta: “Existem remédios certos para diferentes tipos de dor e a automedicação é um veneno – além de não ajudar, pode mascarar na hora do diagnóstico. Medicação correta, reabilitação, atividade física, distração, acompanhamento psicológico, boa alimentação e bom sono são fundamentais”.
Mais complexo do que parece
Existem vários tipos de dor e, para melhor entender, estudar e tratar, são divididas em categorias: dor no câncer; do idoso; na criança; no homem e na mulher; orofacial; musculoesquelética; neuropática; nas articulações; central; inflamatória; no paciente psiquiátrico; no atleta; urogenital; e pós-operatória, por exemplo.
“Dor é complexa e exige conhecimento e investigação para ser tratada adequadamente, de maneira multiprofissional, para ser gerenciada e trazer alívio para quem a sente”, conclui a médica.
Fonte: SBED