Estudo revela desigualdade em avaliação de dor em prontos-socorros


Imagem: Shutterstock

Mulheres que procuram prontos-socorros devido a dor sem causa aparente recebem tratamento diferente dos homens. Isso foi o que concluiu um estudo que analisou mais de 20 mil registros hospitalares nos Estados Unidos e Israel, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences. De acordo com o levantamento, elas são menos questionadas sobre a dor, esperam mais para serem atendidas e recebem menos remédios para aliviar o sintoma.

Telma Zakka, especialista em dor crônica da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), afirma que a avaliação da dor é subjetiva e depende da confiança que o profissional de saúde deposita no relato do paciente. Essa desigualdade no tratamento, já apontada por estudos anteriores, revela um preconceito profundo contra as queixas femininas, muitas vezes consideradas exageradas.

Zakka destaca ainda que fatores como flutuações hormonais e a maior incidência de violência doméstica contribuem para uma maior sensibilidade à dor entre as mulheres, que acabam sendo vistas como “queixosas”. Essa percepção pode levar a diagnósticos errados e tratamentos inadequados, como a prescrição de antidepressivos em vez de analgésicos.

Dessa forma, a especialista defende a necessidade de uma formação mais sensível à dor nos cursos de saúde. Afinal, esse fator é determinante para um diagnóstico preciso. “Quando você interrompe a queixa de um doente, dificilmente ele volta para o mesmo ponto (do relato). E aí você perde a chance de fazer um bom diagnóstico”, pontua.



Fonte:  anoticiadoceara.com.br
 

Comentários

Deixe um comentário

Informação: não é permitido conteúdo HTML!
* Campos obrigatórios